
No passado Sábado, dia 12 de Outubro, o Núcleo do
Norte do Forum-TT, também conhecido como "Os Caragos", levou a cabo mais
um Passeio.
Desta vez a área escolhida foi a zona mais a noroeste
de Portugal, com início em Viana do Castelo e fim em Vila Nova de
Cerveira.
Respondendo ao convite dos amigos Álvaro Oliveira e
Eduardo Vasconcelos, que tomaram em mãos a organização do Passeio, os
membros do Núcleo do Norte que pretenderam participar, em número
superior a 2 dúzias, reuniram-se na Praia Norte, em Viana do Castelo,
pelas 9 horas da manhã.
Depois de algum tempo utilizado para tomar um café e
para "pôr a conversa em dia", a saída para o início da 1ª Etapa do
Passeio aconteceu cerca das 10 horas.
Esta parte, com cerca de 30 Km, prevista para ocupar
a manhã e que terminaria em Orbacém, levou-nos a subir até à Santa
Luzia, entrando a partir daí em trilhos de terra e pedra.
O percurso ia alternando partes em que o piso era
bastante bom, com outras em que o mesmo se apresentava degradado e um
bocado duro.
Mais ou menos a meio do percurso estava mesmo
prevista uma pequena "brincadeira", funcionando como alternativa, para
que os mais "radicais" pudessem utilizar um pouco mais a fundo as suas
capacidades e as das suas máquinas. Foram vários os participantes que
não resistiram ao "apelo da adrenalina" e que se divertiram a descer e a
subir a tal zona mais trialeira.

Há, contudo, algo que foi constante… Refiro-me à
beleza das zonas atravessadas !
Essa mesma beleza foi o motivo principal que levou a
várias paragens da caravana, de modo a permitir uma contemplação mais
atenta e, também, a que fossem tiradas algumas fotografias.
Como é normal e bastante agradável, essas paragens
também iam permitindo continuar a conversar e, deste modo, estreitar um
pouco mais os laços entre os participantes.
Menos agradáveis, mas mesmo assim sem problemas
especiais, há ainda a referir um pequeno problema mecânico no Land Rover
Série III que foi resolvido e, mais fora do vulgar, a "espectacular"
perca da porta traseira que o UMM amarelo protagonizou… O que aconteceu
foi que com a vibração, provocada pelo piso, a porta traseira acabou por
abrir e, coincidindo com um pequeno salto provocado por uma pequena
vala, acabou por saltar das dobradiças, terminando no meio do caminho…
Nada de realmente grave, uma vez que tudo se saldou por tornar a
colocá-la no lugar e os "estragos" causados se limitaram a uma rachadela
no "policarbonato" que faz a função de "vidro traseiro".
Já na parte final, foi percorrido um trilho estreito
e escorregadio, junto ao rio Ancora, passando em 2 zonas em curva
apertada onde havia alguma tendência para os jipes quererem tentar "ir
visitar" o rio. Não houve, contudo, problemas e todos passaram sem
dificuldades de maior.
Com uma precisão que mais parecia Suíça do que
Portuguesa, lá estávamos chegados ao parque de merendas, junto ao rio
Ancora, em Orbacém, o que mais uma vez demonstra a forma cuidada como
foi preparado o Passeio e a forma como os "organizadores" souberam gerir
do melhor modo o tempo.

Era tempo de almoço.
Como estava planeado, este decorreu sob a forma de
piquenique, levando cada um o seu "farnel" e oferecendo-se para o
partilhar com os outros participantes.
O local escolhido era bastante agradável e contava
ainda com 2 cafés bastante próximo, de modo a permitir que ninguém fosse
obrigado a prescindir de tomar um cafézinho.
A 2ª Etapa, com cerca de 43 Km, prevista para a
tarde, prometia ser a continuação da manhã, contando ainda com um nível
de dureza que seria maior, em 2 ou 3 pontos do percurso.
A principal "novidade" foi a presença de algumas
zonas com lama e mesmo 2 ou 3 "charcos", para sujar os jipes, primeiro,
e logo a seguir "lavá-los" com uma água que se apresentava um bocado
escura, devido à quantidade de terra que tinha misturada.
Os tripulantes do Toyota BJ 40, em versão
descapotável, não resistiram e, para além de banhar o jipe, fizeram
questão de tomarem eles próprios também um bom banho de lama !

Mais uma vez se foram vendo paisagens muito
interessantes e se foram fazendo paragens em sítios estratégicos para as
apreciar devidamente.
Pelo meio, alguns corta-fogos um pouco mais duros
foram animando as hostes, mas o "ponto alto" estava reservado para uma
certa subida…
A "organização" teve o cuidado de alertar para a
dificuldade que a mesma apresentava e foi aconselhando os que tinham
viaturas menos apropriadas para aquelas andanças (viaturas em que a
altura ao solo era mais pequena ou que não tinham pneus mais apropriados
para pisos mais difíceis) a fazerem antes o trajecto pela outra
alternativa.
Esta subida tinha uma extensão de cerca de 1 Km,
sendo bastante inclinada, com um piso bastante solto e irregular, ainda
que com pedras misturadas, bastante sinuosa e, tinha ainda, um "degrau"
com uma altura considerável, mais ou menos a meio da distância.
Este "degrau" dificultava bastante a progressão, uma
vez que sendo o piso de aderência relativamente fraca, era um pouco
complicado conseguir ter tracção para o subir… Os jipes com piores
ângulos e/ou muito baixos tinham ainda maior dificuldade, dado que seria
quase inevitável que viessem a ficar presos.

Em face deste desafio, a caravana dividiu-se em 2
partes.
Um grupo de jipes decidiu tentar "a sua sorte" e
vencer as dificuldades. O 1º a tentar foi o UMM amarelo que, após ter
sido obrigado a parar exactamente em cima do degrau por perca de
tracção, recuou um pouco e tentando novamente, conseguiu ultrapassá-lo (
na 1ª tentativa tentou passar mais pela direita e na 2ª tentativa,
tentou mais pela esquerda, que veio a revelar-se a melhor maneira de o
fazer).
Depois de "aberto o caminho", vários outros jipes
subiram, nomeadamente os Toyotas, o Frontera curto, Nissan Patrol ,
Mitsubishi Pajero e (pelo menos) um dos Discovery.
Os restantes seguiram pelo trilho alternativo que,
pelos vistos, também não era propriamente fácil. Os que por lá passaram
"queixavam-se" de que o trilho estava extremamente fechado com
vegetação, mas isso não impediu que dissessem que tinha sido bastante
engraçado e que tinha valido a pena.
O Passeio encaminhava-se rapidamente para o seu fim.
Mais uns Km's de trilhos que continuavam a fazer a satisfação dos
participantes e a chegada a Vila Nova de Cerveira.
Conforme está já bastante claro, o balanço final do
Passeio só pode ser muito positivo.
Os amigos que assumiram o papel de "organizadores"
estão de parabéns pelo trabalho realizado e os participantes estão
também de parabéns pela forma como souberam interpretar os espírito que
norteia estas coisas: a camaradagem e o espírito de entre-ajuda, o
respeito pela natureza e uma boa disposição a toda a prova.

Rui Martins - Forum-TT
/ Clube Audio TT