Foi no passado Sábado, dia 13 de Setembro, que o
Clube Audio TT levou mais uma vez uma parte dos seus membros a passear.
O "desafio", desta vez, era ficar a conhecer mais um
pouco da magnífica região do extremo Norte de Portugal, na zona de
Melgaço / Castro Laboreiro.
O convite foi aceite por cerca de 50 pessoas (49,
para ser mais exacto...) que se distribuíram por 20 viaturas.
O encontro estava marcado para os Arcos de Valdevez,
embora tivesse sido precedido para uma boa parte dos participantes por
uma pré-concentração junto à Igreja do Alívio, de modo a possibilitar
fazer o percurso até aos Arcos já em caravana e em companhia dos amigos,
o que tornaria a viagem mais agradável.

O Passeio propriamente dito, começou com a
distribuição do respectivo Road-Book e com as habituais recomendações,
complementadas com algumas chamadas de atenção relativamente a aspectos
do percurso que justificavam um destaque especial.
A 1ª Etapa, que fazia a ligação entre os Arcos de
Valdevez e a Portela de Alvites, numa extensão de cerca de 25 Km,
decorria exclusivamente em asfalto ! Não havia, por isso, dificuldades a
mencionar, mas havia paisagens bastante interessantes a ver !
Foi também feita uma visita à aldeia de Sistelo, que
agradou de um modo especial à generalidade dos participantes.
Foi uma etapa de carácter exclusivamente turístico,
mas que veio demonstrar mais uma vez (como se isso fosse necessário
!...) que os membros do Audio TT sabem também apreciar os aspectos
relacionados com a admiração de belas paisagens, a visita a povoações
interessantes, o conhecimento das nossas gentes e da nossa cultura,
mesmo que isso seja feito sem recurso a percursos exigentes em termos de
Todo-Terreno.

Chegados à Portela de Alvites, teve início o
tradicional "reforço da manhã", com a ementa habitual constituída por
pão fresquinho, queijo, fiambre, sumos variados, água e café.
Estava na altura de se iniciar a 2ª Etapa, que nos
iria levar até Sto. António de Vale de Poldros e que decorreria
principalmente em trilhos de terra.
Esta parte do percurso tinha como aspectos mais
salientes as paisagens, que continuavam a ser particularmente belas,
algumas zonas em que o piso era já bastante duro e a exigir uma condução
cuidada de modo a evitar danos indesejáveis nas viaturas, uma zona muito
estreita e com inclinações laterais que são realmente "assustadoras"
levando os jipes até muito próximo do seu limite (felizmente ele não
chegou a ser ultrapassado em nenhum caso !...), mas que só seria feita
por quem queria experimentar essas "emoções fortes" e possuía veículos
relativamente estreitos, seguindo os outros à volta e, já mesmo no fim,
a possibilidade de admirar algumas construções tradicionais desta
região e que nalguns casos estão recuperadas ou em fase de recuperação.

O fim desta Etapa foi feito na área envolvente da
Igreja de St. António, onde se aproveitou para descansar um bocadinho à
sombra das árvores, que o dia estava bastante quente, e a água que
corria na fonte, existente no mesmo local, era de uma frescura difícil
de encontrar.
O amigo Zé Luis tinha, contudo, reservada mais uma
das suas já habituais surpresas... Desta vez tinha trazido uma
maravilhosas uvas, colhidas na região da Meda, e que estavam uma
verdadeira delícia !
O tempo ia passando, mais depressa do que o que
desejaríamos, e estava na hora de se partir para a 3ª e última Etapa da
manhã. Seria a altura de fazer a ligação até Castro Laboreiro, passando
antes pela zona conhecida por Batateiro e por Lamas de Mouro.
Poucos km's após o seu início estaríamos a admirar
mais um conjunto de construções tradicionais, que foram recuperadas e
estão neste momento a ser utilizadas maioritariamente para turismo
rural.

Logo de seguida, estava prevista mais uma zona
estreita e com piso bastante duro e complicado devido a uma série de
valas e às muitas pedras que o constituíam, havendo um percurso
alternativo, muito mais fácil, para os que não quisessem "meter-se em
dificuldades". Na realidade todos quiseram fazer prova do seu espírito
de aventura e capacidade de ultrapassar as dificuldades, acabando por
seguirem pelo trilho mais complicado.
Mais uns km's e eis-nos chegados à zona do Batateiro.
A primeira coisa a fazer foi admirar a Mamoa existente nesta zona. A
segunda,.... bem, a segunda foi "atascar" numa zona pantanosa, que já
estava devidamente prevista como "zona de recreio".
Depois de muitas lições práticas sobre a forma como
não se conseguia atravessar a zona pantanosa, que foram iniciadas por um
certo UMM amarelo e continuadas por um grupo muito alargado de viaturas,
e de algumas lições práticas (poucas !) sobre a forma como era possível
cruzar a zona mais crítica pelos seus próprios meios, lá foi possível
convencer os participantes de que a "hora do recreio" já há muito tinha
terminado.

Durante todo o tempo em que se foi tentando
atravessar o pântano, tivemos a presença como espectadores atentos e
particularmente agradados de um casal, acompanhados pelo filho, que
começaram por nos avisar de que não se conseguia passar e que foram
depois aproveitando o "espectáculo" gratuito que a "cambada de
maluquinhos" lhes foi proporcionando com os seus "atascanços"
sucessivos. Na fase final, e depois de saber que já não era a primeira
vez que andávamos por aquelas bandas, já diziam que gostavam muito de
poder assistir novamente, numa outra vez em que resolvêssemos desafiar o
"juncal"....
O avançado da hora desaconselhava tudo o que não
fosse procurar chegar a Castro Laboreiro o mais rapidamente possível.
Foi por isso que se decidiu prescindir do trilho previsto para nos levar
até ao almoço, optando-se por seguir por estrada e do modo mais directo
possível.

O almoço, servido na Albergaria Mira Castro, em
Castro Laboreiro, estava inicialmente previsto para se iniciar às 2
horas da tarde, mas só lá chegamos quando já passava um pouco das 3... É
claro que tinha havido o cuidado de avisar previamente o restaurante, de
modo a evitar que o que se pretendia que fosse uma boa refeição pudesse
ser negativamente afectada pelo tempo de espera...
A ementa repetiu a escolha feita nos anos anteriores,
apostando numas entradas variadas, sopa, vitela assada, sobremesa e
café, vindo a revelar-se mais uma vez uma boa aposta. Sem razão de
queixa relativamente a qualquer dos seus constituintes, mereceu especial
destaque pela positiva a carne que estava realmente muito boa.
É claro que uma refeição destas ficaria incompleta se
não fosse devidamente acompanhada em termos de bebidas... Assim, para
além das habituais águas, cerveja ou sumos, havia que tirar partido dos
néctares da região. E foi deste modo que os vinhos da região tiveram
mais uma oportunidade de brilhar, principalmente nas variedades
Alvarinho e Trajadura, levando a que as sucessivas garrafas se fossem
esvaziando muito rapidamente...
Quando um grupo de amigos se juntam à mesa para uma
boa refeição e as conversas vão cativando a atenção e a participação de
todos, isso só pode ter como resultado um almoço demorado... E foi
exactamente o que aconteceu !... Já passava das 6 horas da tarde quando
foi possível dar início à primeira etapa da tarde.

A 4ª Etapa, com início e fim em Castro Laboreiro,
iria levar-nos para a zona de planalto, com uma parte significativa do
percurso a decorrer muito próximo da linha de fronteira entre Portugal e
Espanha, umas vezes do lado de cá e outras já do lado da Galiza.
Trata-se de uma região diferente da que tínhamos
atravessado durante a manhã, mas nem por isso menos interessante !
Aproveitando o momento em que atravessamos a
fronteira em direcção à Galiza, junto ao marco 24, fizemos uma pequena
paragem para a "foto de família" dos participantes.
Alguns km’s mais há frente havia nova zona de
"recreio livre", com mais uma zona pantanosa.
Aqui poderá ter acontecido o principal erro de quem
"dirigia" o Passeio, uma vez que ao deixar que os participantes fossem
"brincar" para a lama, hipotecou completamente a possibilidade de
percorrer a 5ª e última Etapa. É claro que este erro é um pouco
discutível, uma vez que os atascanços que mais uma vez se verificaram
também foram motivo de agrado.

Acabaram por não serem muitos os jipes a tentarem
atravessar a zona pantanosa, mas os que o tentaram, rapidamente ficaram
parados e completamente atascados... Depois, foi a altura de se irem
"libertando" uns aos outros, à custa de muito uso de guincho, para
atascar novamente logo a seguir...
Depois de muita insistência, dois jipes, um UMM e um
Defender, sempre acabaram por conseguir lograr os seus intentos e chegar
ao outro extremo da zona pantanosa. Os restantes foram "convencidos" a
desistir saindo do lamaçal a meio.
Mais uma vez o tempo foi passando e quando se retomou
o percurso já era noite... O resto do percurso, que nos traria de volta
a Castro Laboreiro, foi já feito com as luzes ligadas e levou-nos por
trilhos que apresentavam algumas zonas um bocado degradadas a justificar
cuidados redobrados.

À chegada a Castro Laboreiro estava mais do que claro
que a 5ª e última etapa, que nos deveria trazer até Melgaço por um
trilho que sobe até ao topo de um dos montes da região, descendo depois
em direcção a Cavaleiro Alvo e que tem umas vistas muito interessantes,
estava completamente posta de lado... Já era muito tarde e, para além
disso, uma boa parte do seu encanto perdia-se por já estar escuro.
Resolveu-se, pois, fazer o lanche, que pela hora era
claramente jantar ! Contudo, uma vez que o almoço tinha sido muito
tardio e de molde a satisfazer plenamente todos, a fome ainda era
pouca... Mesmo assim, sempre se comeu alguma coisa, de acordo com a
vontade de cada um, de modo a aconchegar os estômagos para a viagem de
regresso a casa.

E pronto, estava terminado mais um Passeio deste
Clube. O balanço era mais uma vez muito positivo e a satisfação de todos
os participantes era notória.
Realmente, e para ser verdadeiro, ouviam-se aqui e
ali umas críticas... Contudo, elas não tinham a ver com este Passeio. As
críticas eram no sentido de ser uma pena que não esteja já previsto mais
um Passeio do Audio TT para o início de Outubro e que seja necessário
esperar até Novembro pelo próximo!... Muitos participantes diziam que
era tempo a mais sem a possibilidade de passarem mais um dia bem
passado, em conjunto com este grupo de amigos, como acontece nos nossos
Passeios.
Clube Audio TT
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