
À hora combinada, lá se reuniram os participantes no
Castelo de Lanhoso, onde foi feita a habitual apresentação do Passeio e
dadas as indicações sobre a forma como este deveria decorrer e sobre as
zonas que exigiriam um cuidado acrescido. Foi ainda entregue o Road-Book
que serve de apoio e ainda para ficar como documentação.
Desta vez a "caravana" seria constituída por 22
viaturas e 50 pessoas.
Estava na hora de se arrancar para a 1ª etapa, que
correspondia à parte da manhã e que nos iria levar até Terras de Bouro,
e foi o que fizemos...
O primeiro ponto de interesse era uma carvalha muito
antiga e de um porte claramente superior ao que é normal, que se
encontra devidamente protegida e com alguma informação no local de modo
a facilitar a compreensão do que temos em frente dos nossos olhos.


É claro que continuavamos a percorrer trilhos
variados, fundamentalmente em terra e pedra, mas também com pequenos
troços em alcatrão, e íamos passando por zonas que não fazem parte dos
percursos habituais da maioria das pessoas.
O nível de dificuldade não era grande e os
participantes não tinham problemas que mereçam ser referidos, seguindo
de aldeia em aldeia sem interrupções.
Continuando em direcção a Terras de Bouro, e já
depois de atravessada a EN 103, começaram a surgir as primeiras pequenas
dificuldades, uma vez que se começaram a encontrar alguns trilhos em
pior estado de conservação e também algumas passagens um pouco mais
estreitas... Começavam também a aparecer paisagens mais
interessantes...
O ponto alto da manhã estava marcado para uma descida
um bocado dura e complicada… Começava com uma curva com uma inclinação
lateral já significativa e continuava com 3 ou 4 centenas de metros de
piso com valas de profundidade já acentuada e a exigir alguns cuidados
adicionais, acrescida da dificuldade causada pelo facto de estar
bastante "fechada" em termos de vegetação, fruto do pouquissimo uso que
tem tido nos tempos mais recentes.
Embora bastante devagar e com um ou outro
"sobressalto", todos os participantes chegaram ao fim desta descida
"sãos e salvos".


Mais uns trilhos, mais umas paisagens que ficam na
memório, e eis-nos chegados à Senhora da Abadia.
Paragem para o habitual "Reforço da Manhã",
constituido pelos habituais sumos, pão, queijo, fiambre e café.
É também uma altura sempre aproveitada para a
conversa entre os participantes e desta vez não fugiu ao que é normal...
Recomeçado o Passeio, havia logo um pouco mais à
frente uma zona no meio de uma povoação particularmente estreita, entre
muros e casas de pedra... Estava previsto que quem tinha viaturas
mais largas seguisse por uma alternativa, mas ninguém seguiu o conselho
!!! Sendo verdade que ainda hoje não percebo muito bem como, a verdade é
que toda a gente conseguiu passar... Tenho a sensação que alguns
fizeram um "milagre" e conseguiram que a sua viatura ficasse
momentaneamente mais estreita...
O trajecto continuava com trilhos variados e
interessantes, com um nível de dificuldade que não punha problemas
especiais… Estavamos agora a atravessar zonas quase desérticas em termos
de população...
Quanto à beleza do percurso e das paisagens, diria
que ía aumentando na mesma proporção em que as zonas habitadas diminuiam
!...
Cerca da 1h30 da tarde estávamos em Terras de Bouro.
Era a hora esperada para o almoço e lá tratamos de fazer o "difícil
percurso" desde os jipes até às mesas do Restaurante...
Tinhamos apostado pela segunda vez ( a primeira tinha
acontecido no ano passado ) no Restaurante Rio Homem e, mais uma vez,
foi uma boa aposta !
O almoço ( uma Vitela grelhada com arroz de feijão
e/ou batata a murro ) estava realmente bom ! Acresce ainda o facto de
que o seu custo foi perfeitamente razoável !
Resumindo e concluindo, de acordo com a nossa
experiência, este é um Restaurante que vale a pena conhecer.


A 2ª etapa, que iria ocupar a tarde, levar-nos-ia até
S. Bento da Porta Aberta.
Também desta vez o percurso era bastante variado,
misturando trilhos mais rolantes com outros a exigir um andamento mais
lento e mais cuidadoso, numa espécie de carrossel subindo e descendo.
Mais uma vez a beleza de algumas das zonas
atravessadas era de molde a ficar gravada na memória, alternando algumas
zonas mais húmidas e com bastante vegetação, com outras mais áridas e
quase sem vegetação.
A principal dificuldade a ultrapassar nesta etapa
consistia numa subida com piso bastante duro e irregular, com muita
pedra, e que tinha uma zona final que incluia um bocado com bastante
lama.
Na realidade o que acontecia era que a parte final da
subida era razoavelmente inclinada e obrigava a fazer uma curva para a
esquerda, onde os jipes ficavam um bocado inclinados lateralmente no
sentido contrário, e devido à lama existente a tracção era praticamente
nula, obrigando mesmo a que as viaturas tivessem tendência para
escorregar lateralmente.
Só uma parte dos participantes conseguiu ultrapassar
esta dificuldade, alguns só após algumas tentativas.
Os restantes utilizaram caminhos alternativos, uns
porque assim o decidiram logo à partida, outros porque tentaram o
caminho mais difícil mas acabaram por ser "obrigados" a desistir, por
vezes mesmo porque as suas viaturas se encarregaram de os levar para
outros lados contra a sua vontade !... ;-)
Houve a oportunidade de usar pela primeira vez as
cintas e outros equipamentos para rebocar algumas viaturas...


Já na parte final, até porque era a última viatura da
coluna, houve um certo UMM amarelo que fez uma tentativa para subir que
esteve próximo de ser bem sucedida, uma vez que acabou por parar a cerca
de meio metro da zona onde as rodas dianteiras teriam novamente tracção.
A ideia do condutor era não insistir e pedir para que
fosse rebocado um bocadinho até atingir a zona já sem lama.... Mas, de
imediato, se juntou um grupo de pessoas que resolveram ajudar e que
insistiam que o jipe iria acabar por sair dali pelos seus próprios
meios...
Recomendações para virar as rodas para a direita e
tentar arrancar... Recomendações para virar as rodas para a
esquerda e tentar arrancar... Recomendações para tentar
recuar um bocadinho e tentar arrancar... Depois, puseram umas
pedras na lama, e deveria tentar novamente arrancar...
Bem, já que assim não estava a resultar, foi decidido
atar-lhe uma corda e ser puxado a pulso...
É claro que com todo aquele esforço, empenho e
"ideias brilhantes", o jipe sempre ia progredindo !!! Só havia um
pequenino problema... Essa progressão não era para a frente,
mas sim na vertical, afundando-se cada vez mais !... . ;-)
Após estes momentos que serviram para deixar o
"amarelo" completamente enterrado na lama e para que toda a gente se
divertisse um bom bocado com a situação, lá foi possível convencer os
mais renitentes a permitir que houvesse outra viatura a vir resgatá-lo
da posição em que se encontrava.


Um pouco mais à frente, havia mais uma zona bastante
estreita, ao atravessar a aldeia de Ventuzelo. Tal como tinha acontecido
na parte da manhã, havia uma alternativa mais larga, mas também desta
vez ninguém a utilizou !...
Havia ainda mais cerca de 2 dezenas de kms a
percorrer, o que foi feito sem dificuldades a assinalar, mas que
continuavam a ser interessantes pela beleza da zona.
Já próximo do final, a descida para S. Bento da Porta
Aberta permite ter umas vistas muito interessantes sobre a Albufeira da
Caniçada e zona envolvente.
Estava terminado mais um Passeio do Clube Audio TT e
mais uma vez a opinião geral dos participantes era bastante positiva,
sendo patente a sua satisfação.
Resta esperar pelo próximo Passeio, que deverá
realizar-se durante o próximo mês de Maio...
Rui Martins
Clube Audio TT
Página dos Passeios