O dia 8 de Fevereiro, Sábado, foi o dia escolhido
para abrir a temporada de 2003 de Passeios do Clube Audio TT.
Desta vez, a zona escolhida foi o Noroeste de
Portugal, ligando Viana do Castelo a Caminha.
Este Passeio viu a sua preparação levantar alguns
problemas acrescidos, dado o anormal número de participantes, por um
lado, e a coincidência de data com uma prova do Campeonato Nacional de
Rallies que se desenrolava na mesma região e que provocou alterações no
trajecto previsto para a 2ª Etapa que ocuparia a tarde, dado que
existiam partes do percurso comuns.
O número de participantes, sendo um motivo de orgulho
para nós na medida que comprova uma adesão cada vez maior aos nossos
Passeios, foi realmente exagerado.
Juntaram-se 26 jipes e cerca de 70 pessoas para este
Passeio, mesmo sendo verdade que entre os participantes habituais ainda
houve uma boa meia-dúzia que por razões pessoais não pôde estar
presente. Este facto fez-nos tomar algumas precauções adicionais e
"instituir" algumas regras especiais no sentido de ajudar a que o
Passeio decorresse normalmente.
O encontro estava marcado para as 8h45m na Praia
Norte, em Viana do Castelo, e os participantes lá se foram juntando.
Aproveitou-se para "dois dedos de conversa", ao mesmo tempo que se
reviam os amigos e cerca das 9H realizou-se o normal briefing,
apresentando o Passeio, dando algumas indicações sobre o Road-Book e
divulgando de modo adequado as regras a serem observadas.
Passava pouco das 9h15m quando a caravana arrancou.
Os primeiros Km's foram percorridos por um trilho
junto à praia, levando-nos até à zona de Carreço, seguindo depois para o
interior começando a subir os montes da zona.
Com uma parte inicial sem dificuldades de assinalar,
não tardou muito a começarem a aparecer as primeiras zonas a exigir
algum cuidado adicional. Os trilhos seguidos apresentavam aqui e ali
algumas zonas com pisos mais duros e muita pedra, zonas com lama, 2 ou 3
degraus com altura significativa, valas e regos a exigir atenção, etc.
Com as dificuldades do percurso, começaram também a
aparecer os primeiros atascanços e as primeiras tentativas frustadas de
ultrapassar alguns obstáculos, obrigando a utilizar as alternativas.
De qualquer modo, a zona que criou maiores
dificuldades foi um lamaçal, com fundo bastante irregular, onde vários
jipes atascaram sendo necessário serem rebocados.

Entretanto o meio-dia aproximava-se a passos largos e
foi decidido que já era mais do que tempo de fazer uma pausa para o
habitual "reforço do manhã".
O pão fresquinho, o queijo e o fiambre, devidamente
acompanhados pelos habituais sumos e pelo café, permitiram acalmar os
estômagos e ganhar novo alento para as dificuldades que se anunciavam…
A disposição dos participantes continuava a ser
excelente e nem o anormal número de viaturas, que fazia com que a
caravana avançasse mais devagar, foi motivo suficiente para alterar a
boa disposição geral.
Caravana novamente em marcha e os "ingredientes"
repetiam-se… Paisagens deslumbrantes, trilhos que alternavam zonas mais
rolantes com zonas bastante duras e complicadas. Aqui e ali avistam-se
alguns cavalos em completa liberdade, deambulando pelos montes.
Logo de seguida, nova contrariedade, desta vez de
ordem mecânica, uma vez que o Jeep CJ 7 presente partiu a transmissão
dianteira.
Estamos a chegar ao 1º ponto considerado como
realmente "quente"… Trata-se de um corta-fogo, relativamente curto, mas
com uma inclinação que não deixa ninguém indiferente ! Esta é
suficientemente grande para ser difícil subir a pé, quanto mais de jipe
(e fala quem sabe, uma vez que o autor deste texto subiu-o a pé e disse
mal da sua vida !)…
Para os menos afoitos, estava devidamente preparada
uma alternativa que permitia retomar o Road-Book umas centenas de metros
mais à frente.
Alguns resolveram optar logo pela alternativa,
enquanto outros resolveram tentar a sua sorte e enfrentar o corta-fogo.
Por uma questão de organização, foi imposto que cada
jipe não pudesse fazer mais de 3 tentativas, findas as quais, e caso não
tivesse conseguido subir, era obrigado a seguir pela alternativa.
O resultado foi misto, com cerca de uma dezena de
jipes a lograr subir o corta-fogo e os restantes a nem sequer o tentar
(uma meia dúzia) ou a não o conseguir…

Eram já cerca das 14h30m e ainda estávamos pouco para
além de meio da etapa da manhã…
Em face desta situação, resolveu-se continuar mais um
pouco, até uma zona onde se atravessava uma estrada, e interromper a
etapa aí, de modo a seguir-se por asfalto para o restaurante onde o
almoço estava à nossa espera.
O almoço, que tinha sido previsto desde o início para
cerca das 15h e, posteriormente adiado para as 15h20m em face do atraso
verificado, foi servido no Restaurante S. Bento, em Seixas.
Com chouriço e presunto de entrada, seguido de sopa
(para quem quis…), e de uma perna de porco assada que estava realmente
boa e foi servida com abundância, terminando na sobremesa e no café, o
almoço satisfez todos. Um aspecto que não queremos deixar de salientar
foi o custo do mesmo, bastante económico, mostrando que é possível
servir-se bem sem cobrar exorbitâncias, como infelizmente acontece
muitas vezes.
Eram já 17 horas quando a caravana se pôs novamente
em marcha, para retomar o ponto onde se tinha terminado a parte da manhã
e prosseguir o que restava do percurso previsto para a 1ª etapa.
Esta 2ª parte da 1ª Etapa estava já anunciada com
tendo mais dois pontos referenciados como bastante "quentes".
O primeiro era mais um corta-fogo, bastante
escorregadio e um bocado traiçoeiro uma vez que os jipes tinham alguma
tendência para escorregar lateralmente para a berma, encontrava-se logo
no início, depois de se ter avançado algumas centenas de metros por um
trilho com bastantes valas a provocar alguns cruzamentos de eixos e
inclinações laterais relativamente importantes.
Todos subiram, com maior ou menos dificuldade, tendo
o CJ 7 sido rebocado durante toda a subida, fruto de não ter tracção
dianteira.
Seguiam-se mais trilhos que continuavam a alternar
zonas com bom piso com outras onde este se apresentava bastante
degradado e duro, mais algumas zonas com lama e muitas zonas com
paisagens particularmente interessantes.
Os dias nesta altura do ano são pequenos, anoitecendo
bastante cedo e, por isso, quando se chegou ao último corta-fogo desta
etapa já começava a estar escuro.
Este novo corta-fogo era particularmente duro, devido
a um piso quase exclusivamente de pedra, mas muito irregular e com
alguns degraus que, por serem virtualmente intransponíveis, era
necessário contornar.
Mais uma vez, estava previsto um percurso
alternativo, para quem não quisesse submeter as suas viaturas a
tratamento tão agressivo e, mais uma vez a caravana se dividiu, tendo
uma parte dos participantes decidido subir o corta-fogo e outra parte
decidido seguir pela alternativa.
Quem decidiu subir, acabou por conseguir, embora
tenha havido alguns casos em que isso deu imenso trabalho e só foi
possível à custa de muito trabalho braçal, pois sem a ajuda preciosa de
vários participantes que foram ajudando a empurrar alguns jipes, em
zonas mais críticas do corta-fogo, nem todos os que tentaram subir
teriam tido a possibilidade de alcançar o topo.
Mais uns poucos km´s e estávamos chegados a uma zona
onde se têm uma vista de cortar a respiração sobre Caminha, a foz do Rio
Minho e o monte de Santa Tecla em Espanha. É claro que os participantes
não tiveram oportunidade de desfrutar desta vista em toda a sua
amplitude, uma vez que já era de noite, mas mesmo assim valeu a pena.

A 1ª Etapa, que tinha sido prevista para fazer na
parte da manhã estava no fim, pois terminava em Caminha, poucos km´s
mais adiante, mas em lugar de serem cerca das 14h30m como estava
previsto, já passava um pouco das 19h…
Em face disto, foi resolvido abdicar de fazer a 2ª
Etapa, dando-se o Passeio por terminado.
As opiniões que foi possível ouvir por parte dos
participantes eram claramente positivas e elogiosas, sendo a preocupação
principal saber quando será o próximo Passeio deste Clube e procurar
"garantir" lugar para participar, uma vez que começa a haver a
possibilidade de nem todos os amigos que são os membros do Audio TT
terem sempre lugar garantido para participarem em todos os Passeios.
Mas isso são outras histórias, que haverá necessidade
de ponderar devidamente, até porque não obstante termos ultrapassado
claramente o limite do que considerávamos razoável (18 a 20 jipes) a
experiência foi razoavelmente positiva, não havendo problemas
significativos a assinalar.
Clube Audio TT