O fim-de-semana de 25 e 26 de Maio foi escolhido pela
Trilhos do Nordeste para a realização de mais um Passeio Todo-Terreno na
região de Bragança, desta vez em estreita colaboração com o Clube Audio
TT.
Numa manhã em que o tempo estava bastante agradável,
contrariamente ao que tinha acontecido nos dias anteriores, a
concentração dos participantes estava marcada para as 10 horas, em
Vinhais, junto ao posto de turismo local.
Foi nesta agradável Vila que se juntaram os
participantes em número de 48, distribuídos por 18 jipes e 2 Moto4. A
boa disposição era geral e todos estavam ansiosos por começar a
percorrer os trilhos descritos no Road-Book que a organização distribuiu
durante o "briefing" inicial.
Esta 1ª etapa, que fazia a ligação entre Vinhais e
Moimenta, teve então início, abandonando o asfalto e começando quase de
imediato a percorrer alguns dos muitos caminhos que atravessam esta
zona, ao mesmo tempo em que se começava a poder apreciar algumas
"paisagens que vale a pena ver", e se iam encontrando aqui e ali alguns
pontos um bocadinho mais complicados para "apimentar" o percurso.
O "Mata-Bicho" estava marcado para a aldeia de Prada
e permitiu uma paragem um pouco mais prolongada, de modo a que fosse
possível saborear um presunto de "comer e chorar por mais", acompanhado
pelo magnífico pão desta região, por uma óptima bola de carne, sem
esquecer os bolos que a organização tinha tido o cuidado de também
servir. Para "regar" estas iguarias, os participantes só tinham que
enfrentar o problema da escolha pois, desde um bom vinho, passando pelos
sumos e refrigerantes variados e terminando na água, tudo estava à
disposição de cada um.
Havia que continuar o percurso, e foi isso que todos
fizeram. Os trilhos continuavam a suceder-se, desvendando os recantos
desta região e levando-nos para a zona de fronteira entre Portugal e
Espanha.
Aqui e ali, iam-se encontrando algumas passagens em
que era pedido um pouco mais de esforço às máquinas e de perícia aos
seus condutores, de modo a ultrapassar alguns "corta-fogos" ou algumas
zonas onde a lama ainda marcava presença, para além da travessia de
alguns cursos de água.
A organização tinha inclusivamente tido o cuidado de
incluir a possibilidade, para quem quisesse, de percorrer uma pequena
zona bastante trialeira, que começava com alguns cruzamentos de eixos,
seguida de uma descida bastante inclinada, ainda que muito curta, uma
passagem por uma poça de água, uma subida igualmente curta, mas quase a
pique, e terminava com mais alguns metros em que o cruzamento de eixos
voltava a ser o "prato forte".
Não obstante a razoável dificuldade do percurso,
quase todos quiseram "tentar a sua sorte", havendo mesmo quem tenha
repetido a "dose".
Ainda antes do almoço, foi feita uma nova paragem,
desta vez na "Fraga dos 3 Reinos", de modo a permitir admirar esta
interessante formação rochosa.
Mais alguns Km, poucos, e eis-nos chegados a Moimenta
e ao Restaurante que partilha o nome do conjunto rochoso onde tínhamos
parado pouco antes.
O almoço foi servido de imediato, assentando num
cozido que ficará concerteza na memória de muitos.
Findo o almoço, iniciou-se a 2ª etapa, que nos
conduziria até à aldeia de Nogueira, em Bragança.
Esta parte do percurso era mais "rolante", mas
continuava a cativar os participantes pela beleza paisagística de toda
esta região.
A meio da tarde houve ainda a possibilidade de "matar
a sede", pois a organização teve o cuidado de prever uma paragem numa
zona do percurso para onde tinha transportado as respectivas bebidas.
Chegados a Bragança, mais especificamente à aldeia de
Nogueira, o jantar foi servido no Restaurante "Serra de Nogueira" e foi
a altura certa para saborear a tradicional "posta" confeccionada com a
saborosa carne da região e que mais uma vez não deixou os seus créditos
por mãos alheias.
O dia estava no fim, mas dado que a maioria dos
participantes estava alojado na Estalagem Turismo, esse facto ainda foi
aproveitado para percorrer mais alguns trilhos de terra, na ligação
entre o restaurante e a estalagem.
O Domingo amanheceu mais cinzento e mesmo com alguma
chuva miudinha, mas não foi isso que desanimou os participantes que se
concentraram às 10 horas no Castelo de Bragança, para dar início à 3ª e
última etapa.
A maioria aproveitou a sugestão que tinha sido feita
e efectuou uma visita ao Museu Militar, instalado no Castelo. Essa
visita acabou por demorar um pouco mais do que estava previsto, uma vez
que despertou um interesse significativo e foi feita com a calma
necessária para poder apreciar o que estava exposto.
Finda a visita, foi então tempo de pôr as máquinas em
marcha e arrancar para o percurso que nos iria conduzir até à aldeia de
Gimonde, mas não do modo mais fácil e rápido…
Esta 3ª etapa foi a mais dura. Os "corta-fogos"
sucediam-se, intercalados pelas travessias de regatos e ribeiros,
acompanhados ainda por algumas zonas de lama, num "sobe e desce"
particularmente interessante.
As paisagens, essas, continuavam a ser deslumbrantes…
Os diferentes tipos de vegetação foram também
"desfilando" perante os nossos olhos, desde as zonas mais arborizadas
até àquelas em que a vegetação é mais rasteira, passando por algumas
searas de centeio que iam ondulando ao vento, salpicadas aqui e ali pelo
colorido de bonitas papoilas vermelhas.
Nalguns pontos estratégicos foram feitas paragens,
ficando na memória, para além de outros, aquele em que foi possível
apreciar um desfiladeiro profundo e sinuoso por onde corre o rio
Fervença.
Ainda antes de chegar ao restaurante, foi a altura
certa para efectuar uma "subida radical" que "assustava" um bocado só de
olhar para ela…. Tempo para uma paragem colectiva enquanto se "media bem
medida" a subida e se discutia quem seria mais "destemido" para "abrir
as hostilidades" e começar a subir…
A verdade é que, com maior ou menor confiança, um a
um, quase todos os jipes resolveram aceitar "o desafio" e tentar vencer
esta "batalha", em vez de utilizar a alternativa, que se encontrava
disponível para quem quisesse.
Bem, não obstante ser realmente muito inclinada,
aproximando-se do limite que os jipes eram capazes de subir, a verdade é
que vista cá de baixo parecia ainda mais íngreme… e, depois de se ter
subido e parado no seu topo, quando se olhava para o caminho que nos
tinha levado lá acima ficava a agradável sensação da "batalha ganha".
Para terminar em beleza, o Road-Book levava os
participantes a atravessar por duas vezes, e uma logo a seguir à outra,
cursos de água que fizeram com que a adrenalina subisse mais uma vez um
pouco.
Era a altura de rumar à Quinta das Covas, Gimonde,
onde o Javali estava pronto para ser servido no almoço de encerramento.
Este é um espaço particularmente agradável, situado
numa das margens do rio Sabor, onde apetece passar algum tempo. Nesta
época do ano, tem ainda o encanto adicional de permitir saborear as
cerejas que se podem colher directamente do considerável número de
cerejeiras que "povoam" uma parte do amplo espaço destinado ao
estacionamento de viaturas. Para um grande número de pessoas, não é com
facilidade que se tem esta possibilidade e, verdade seja dita, as
cerejas têm um sabor especial quando se vão comendo apanhando-as
directamente das árvores.
O ambiente geral era de satisfação e alegria, sendo
unânime que no próximo ano terá de ser realizada a 3ª edição deste
Passeio, provavelmente procurando outros trilhos e conhecendo ainda mais
alguns recantos desta região.
Trilhos do Nordeste / Clube Audio TT
Página dos Passeios